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quinta-feira, 9 de setembro de 2010

IPÊ AMARELO

Nome científico: Tabebuia chrysotricha
Nomes populares: ipê-amarelo, ipê-tabaco
Origem: Brasil
Família: Bignoniáceas
Luminosidade: sol pleno
Porte: Pode chegar a 8 metros de altura
Clima: quente e úmido
Copa: rala, com diâmetro um pouco maior que a metade da altura
Propagação: Sementes
Solo: fértil e bem drenado
Podas: recomenda-se apenas podas de formação
Originária do Brasil é a espécie de ipê mais utilizada em paisagismo. Durante o inverno, as folhas do ipê-amarelo caem e a árvore fica completamente despida. No início da primavera, entretanto, ela cobre-se inteiramente com sua floração amarela, dando origem ao famoso espetáculo do ipê-amarelo florido. Quanto mais frio e seco for o inverno, maior será a intensidade da florada.
Resistente, durável, exuberante, apreciada pela beleza de suas flores, a árvore é vista como símbolo da primavera

Texto João Mathias http://revistagloborural.globo.com

Consultor Paulo Ernani*
etembro marca a chegada da primavera, quando as flores começam a desabrochar com mais freqüência, colorindo campos e cidades. Simbolizada por diferentes plantas mundo afora, por aqui a estação tem o ipê-amarelo como seu representante, embora o título de árvore nacional seja atribuído ao pau-brasil. Muito utilizado na arborização de fazendas, sítios e espaços urbanos, o ipê tornou-se mais comum para os brasileiros e prenúncio da época de florescimento.

Entre as várias espécies de ipês existentes no país, com flores brancas, rosas e lilases, as de cor amarela não foram eleitas por acaso. Conta-se que a escolha partiu de autoridades militares, que se inspiraram na proximidade da abertura dos primeiros botões da variedade ao dia 7 de setembro, data em que se comemora a Independência do Brasil.

Há cerca de doze tipos de ipês com flor em tons amarelos espalhados pelo país. Apesar de não ser encontrada nos estados do Sul, a Tabebuia serratifolia predomina no restante do território nacional, enquanto a Tabebuia alba ocorre principalmente do Paraná ao Rio Grande do Sul. Mas todas têm nomes populares e regionais, de acordo com onde são cultivadas. Na Bahia e em Goiás, chama-se pau-d'arco-amarelo e taipoca. Em São Paulo é ipê-dourado, e, em Minas Gerais, ipê-do-cerrado ou, como também no Paraná, ipê-branco, por ser esbranquiçado o lado de baixo da folha.

Os gaúchos conhecem a espécie por ipê-mandioca, ipê-ouro, ipê-tabaco, ipê-vacariano ou ipê-da-serra, o mesmo que em Santa Catarina, onde ainda é chamada de ipê-mamono. Já no Nordeste, é identificada por pau-d'arco, craibeira e caraúba, planta que por lei estadual é flor-símbolo de Alagoas.

O reconhecimento do ipê não vem somente pela exuberância de sua beleza ou pela grossura de sua casca (característica que deu origem ao nome - em tupi, ipê significa árvore cascuda). Resistente e durável, a madeira é valorizada para aproveitamento em obras de construção civil e naval. É utilizada como matéria-prima para produção de tacos para assoalho, dormentes, mourões, vigas, eixos de roda de carroçaria, parquê e peças de marcenaria e carpintaria. No entanto, devido à grande procura pelos madereiros, essa condição transformou-se em ameaça à planta.

Um meio de preservar a espécie tem sido o aproveitamento de seu plantio em praças e em outros lugares públicos, além de preencher margens de ruas e estradas. Com boa tolerância à poluição urbana, a árvore proporciona um bonito efeito decorativo às cidades. Ainda é recomendada para reflorestamento e reposição de mata ciliar, desde que o terreno não esteja sujeito a inundações.

De tronco levemente tortuoso, com ramos grossos e irregulares e copa arredondada, o ipê pode atingir até 30 metros de altura. As regiões tropicais são o principal ambiente para o cultivo, mas a planta também conta com bom desenvolvimento em áreas de cerrado e caatinga.
COMO PLANTAR

SOLO: úmidos, profundos, com boa drenagem e textura argilosa
CLIMA: de preferência temperaturas entre 13 e 23 graus
ÁREA MÍNIMA: pode ser plantado em jardins
FLORESCIMENTO: em média, a partir de três anos após o plantio
CUSTO: mudas para reflorestamento custam 1 real e para paisagismo até 20 reais
Mãos à obra
INÍCIO - viveiros e lojas de jardinagem vendem mudas de ipê-amarelo. É a melhor opção para quem quer cultivar poucas unidades e para os menos experientes em plantio de árvores. As mudas são originadas de sementes, que ficam seis meses em sacos plásticos até a emergência. Com 20 centímetros de altura, estão prontas para o cultivo no local definitivo e custam cerca de 1 real. No entanto, para paisagismo há exemplares mais altos e com desenvolvimento mais vigoroso, que podem chegar a 20 reais cada.
PLANTIO - o ipê-amarelo não deve ser plantado sob o sol diretamente, nem em áreas com geadas, apesar de tolerar temperaturas baixas. Recomenda-se associar seu cultivo com outras plantas, como jequitibá e cedro. Plante preferencialmente em locais baixos, de solo úmido, profundo, boa drenagem e textura argilosa.
COVAS - as medidas dependem do tamanho da muda. O mínimo indicado é 20 x 20 x 20 centímetros, porém as covas podem ser abertas com 40 x 40 x 40, no caso de plantas mais altas. Deixe espaçamento de 3 x 3 metros entre linhas. Em alamedas, aumente a distância para 5 x 5 metros.
REPRODUÇÃO - o processo de reprodução inicia-se quando a árvore atinge três anos de idade. Como é uma espécie hermafrodita, o ipê-amarelo necessita de um agente polinizador para se reproduzir. O vento e a abelha mamangava são os principais responsáveis pela dispersão do pólen das flores.
USO - sem comprovação científica, o ipê da espécie Tabebuia alba é usado como remédio caseiro em algumas regiões do país, sobretudo no Nordeste. A entrecasca do caule serve para tratar gripes, resfriados e tem efeito diurético. A casca ajuda no combate a inflamações. Embora pouco difundido, até as flores podem ser consumidas cruas ou cozidas em saladas, caso a árvore não tenha sido tratada com agrotóxicos.
PODA - é necessário fazer podas no inverno. Faça limpeza para evitar nós entre os galhos e o surgimento de brotos no tronco, cujo desenvolvimento concorre com o crescimento da planta. A aplicação de podas de condução é boa para manter a árvore com porte menor.
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*Paulo Ernani é pesquisador da Embrapa Florestas, Estrada da Ribeira, km 111, Caixa Postal 319, CEP 83411-000, Colombo, PR, tel. (41) 3675-5643, ernani@cnpf.embrapa.br

Onde comprar: Centro de Produção de Mudas da Cati - Coordenadoria de Assistência Técnica Integral, Av. Brasil, 2340, CEP 13070-178, Campinas, SP, tel. (19) 3743-3832, cpmex@cati.sp.gov.br
Mais informações: IAP - Instituto Ambiental do Paraná, Rua Engenheiros Rebouças, 1206, CEP 80215-100, Curitiba, PR, tel. (41) 3213-3700

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